Da entranha do bicho férreo

13:41

Venho veloz na montaria calma desse bicho férreo.
Mas não me esquivo do costume estranho de olhar tua casa, entre as outras que a escondem na passagem rápida.
Faltou um pedaço da caminhada, do dia um terço, se passei em distração e nem de soslaio vi os indícios de que teu reino existe.
Não sei se a cama, se o laço, o riso ou traço inteiro de toda uma família, me atraem os olhos, obedientes e tácitos no costume estranho.
E ânsia chega, devargazinho, gritar seu nome, vê-lo passar. A sensação de compartilhar o ar, a cumplicidade da existência, a proximidade no momento célere em findar-se, como num encanto trágico.
Eu conto os pontos, peço a Deus uma parada no teu. Agradeço a oportuna coincidência de que grandes bichos parem reverentes à sua porta. Eu sou incorrigível no traçado do seu rastro. Aquela eterna dos contos idílicos, porque eu lhe sigo desde que existem amantes. Desde que se existe.

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