Desde o mindinho
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Ouça-me chegando. Chão e estalidos. |
Parece que me deixaram cá no mundo com a desoladora tarefa de sentir tudo aos mais profundos bocados, desde as mínimas tessituras de mim. Aí arranjam de me esfolar o dedinho mindinho pelo descuido habitual de conviver e eu sentindo em minúcias cada milímetro desde o interno da unha, sua junção com a carne, a cutícula exagerada, a unha mal alinhada até os vincos viciados do rosto que denuncia dor.
Me lesiona toda a extensão do costume à sina. E se só assim me dão a amar, fico até que me ataque a coluna, que denuncie o desvelo sem recompensa.Tenho uma alma manca.
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