Inércia

16:36

Hoje desisti de ir trabalhar, zanzei pela rua, saboreei-a insípida, barulhenta, hostil. Como tudo mais, como esses sonhos rachados que jazem no chão. São todos meus. E ando par aí, por cima deles, dentro deles, rasgando-me toda para pari-los precoce, para dizê-los alheios. Aí, então, só a inércia é companheira. O rótulo perfeito para meu vagar, para este esgar vespertino da hora que não passa das 15:10h, para a minha intemperança de esperar o inesperado como a redenção que venha, como presente, antes do natalício.
Como tudo mais.
O mundo se consumindo, se barbarizando com requinte e eu aqui, querendo com força que ele acabe em uma manhã serena, para que também eu não me resposnabilize nem pelo meu, nem pelo seu fim. Pois, da inércia, o único presente sincero é esse covardia licenciosa, criminosa, indolente que açucara os dias com preguiça.

Bem, bem... o tempo passa, já são 16:53.
Já são 16:54, como tudo mais.

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