Das pequenas delícias do enfim encontro

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Gosto das cartas que por brio ainda não lhe escrevi, no meio de insones madrugadas em que ardia saudosa ou remoía as raivas brandas de nossos descompassos, sozinha. Só porque sei que o pisão no pé me traz amorosamente furiosa à contradança. E muito mais gosto eu tenho por colecionar aquele bando de músicas, que transbordam cada brega pieguice, que eu simplesmente esqueci de desgostar. Das delícias de enfim me ver em seu olhos, nos sinais de que ando em seus caminhos, por vezes, pequena em cima de seus pés, e dos seus cuidados sobressaltados. Há delícia tanta nos indícios de que os pêlos da nuca, os ânimos e as pulsões se eriçam em boas vindas, porque, enfim, há poder de se fazer de qualquer canto do mundo quatro rebocos íntimos para esse imenso amor. Há um grande gosto, amor, em gastar sua pele no mais que eu possa esfoliá-la em desvelos e carícias e combates e delícias, e delícias, e delícias, até não mais saber descrever, até o torpor, até o sono dos potencialmente justos com aquela ousadia plebéia em sonhar amor.

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