Ando ouvindo momentos...

15:40

Depois de ler um posto no blog de Mami Sam [http://samiasiso.blogspot.com/]



Todo fato é um potencial mote para espancar o teclado com os dedos...


Acabei de ler um post chamado BRIGADEIRO, no blog de Mami Sam, a mãe jovem que adotei para fins prático-afetivos: ter uma figura materna na universidade. Me senti nostálgica e pensativa, como se estivesse ouvindo meus momentos falarem, ou antes, sussurrarem em lembranças já distantes.
Lembranças de minhas amigas, de nossas confidências, das nossas aflições adolescentes, dos risos contidos e das gargalhadas, de quanto o sexo masculino tinha o poder de dilacerar nossas esperanças de um relacionamento perfeito. Nós, pretensamente terapeutas afetivas, elencando todos os tipos de explicações, ouvidas em conversas e programas de relacionamento na tv, com ares de entendidas, para tentar justificar o por quê de eles mais uma vez terem pixado nosso sonho cor de rosa com outras ou elementos outros.
Sempre os homens! Sempre! Falávamos de tudo, mas o fascínio pelo sexo oposto, por seus habitats, hábitos e preferências nos tomava um precioso tempo que, não sabíamos, íamos achar gasto em tolices desnecessárias em nossas avaliações pretensamente adultas, só por serem pós adolescentes.
Mas, nem eles poderiam justificar os laços que nos uniam, nem findá-los de todo, porque eu tive a sorte peculiar de ter amigas fiéis, acima da testosterona. Vá lá, nem sempre foi assim, se posso ser um pouco boleresca, meu coração tem cicatrizes do exato tamanho de algumas decepções, ou antes, de uma só decepção, daquelas que mereceriam registro por Nelson Rodrigues, com fim trágico, lágrimas, rímel borrado, e Maldito tocando ao fundo. E isso devo a uma queridíssima que foi parte do meu coração e sempre será parte do meu sangue.
Mas, não é sobre isso que versa esse escrito nostálgico. É sobre qualquer coisa que ainda não identifiquei, mas com certeza, não é sobre homens ou amigas ingratas.
Deve ser sobre lembrar, desconfio que sobre ouvir momentos, dos quais eu achava, na minha ânsia adolescente, que sentiria uma falta aguda e dilacerante.
Dilacerante é crescer, porque dilacerou todos os personagens que vesti na adolescência. E arrasto um fiapo, um rasgo ou outro dessas fantasias e talvez, seja o som da armadura arrastando no chão, que me recorda tantos momentos.

Acaba aqui porque eu resolvi que acaba, e ao menos aqui eu controlo as circunstâncias...


Fica uma homenagem póstuma a um sentimento morto, que havia de ser por puro aprendizado. Aprendido, findou-se.

"Por tudo que passei, por minha alma ferida, por essa imensa dor, maldito seja o amor, da minha vida..." - Maldito, Trio Irakitan.

You Might Also Like

1 comentários

  1. Nada que venha de você será nostálgico para mim. Seu texto traduz o mesmo conflito que vivo, assim como as e madrugadas que gastávamos em debates e reflexões, e por isso querida amiga, te tenho em prestigio no meu coração, que mesmo não tão cúmplice de suas novas aventuras da vida, prestigia feliz do que vens a ser na chegada fase adulta.

    ResponderExcluir

Populares

Like us on Facebook

Flickr Images