01/11/2021

Hoje eu te esperei até que fosse acintosa a impossibilidade de vê-lo. E fiquei feito menina que não ganhou a sobremesa prometida, desalentada dessas esperas incertas, desse não te ver mais uma vez.

Eu sequer sei concatenar as palavras... o que há de adulta em mim pondera que era só uma possibilidade. E eu ainda falei assim, tão casualmente "fica tranquilo, vem se puder", quando eu queria que hoje você morasse em mim e realizasse as minhas fantasias loucas de afeto.

Eu sonhando que juntos desdenhamos do calor de Salvador com proximidade e ventilador. Coloco o travesseiro na coxa, repouso sua cabeça, semeio alguns beijos e carinhos. Quero que você se sinta tão confortável que não queira ir, que fale comigo sobre pequenos delírios do nosso futuro juntos. Eu nunca mais larguei aquela imagem da nossa casa, da nossa biblioteca, da nossa existência.

Eu te amo que dói e não sei dizer. Fico sempre com a imagem da primeira vez que dormimos juntos. O sol alaranjou as bordas das suas costas negras e eu senti vontade de te abraçar e fazer juras despreocupadas de amor e repasto.

Queria ter dito que o amor pra mim é uma coisa difícil e ter ido ao seu encontro aquela vez que você me disse que só queria passar a tarde abraçado ao meu corpo.

Sinto muito.