[08 de julho de 2024]
Desculpe, Corinne Bailey Rae.
Eu não sei te aconselhar.
Agora mesmo ela está dizendo aos meus ouvidos, numa confidência lamuriosa que, não sabe porquê, não baixa a guarda pra ninguém - a não ser ele.
(isso está acabando com a mente dela)
(blowing out her mind)
Nega, veja bem: sua estupefação é a nossa estupefação.
E, curiosamente, é algo do qual nenhuma de nós pode te proteger - sem te roubar alguma alegria.
Como uma canção no coração, como óleo nas mãos - é o afeto.
[17/10/2024]
Eu acho que gosto do quanto me gosto quando estou amando. Das sensações, de como viceja e brilha a flora do meu jardim secreto. De como eu tenho novas desculpas diante dos meus dilemas existenciais.
Eu acho que tem essa parte de mim que eu só posso acessar nesse espaço seguro de sentir que sou amada. Amada em presença daqueles predicados que bel hooks atribui ao amor. Amada como já nem sei. E isto é mesmo uma pequena maldição. Ter em si uma parte, por menor que seja, chaveada por Deus sabe quem, que está a andar pelo mundo e a perder-se (ou encontrar-se) por descompassos da vida moderna que parecem não permitir chegar. Ou ficar.
